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Artigo Especial. EMPREENDER É CORRER RISCO!!! diz o presidente da ACMinas José Anchieta.


MUITAS PEDRAS PELO CAMINHO

José Anchieta da Silva

Presidente da ACMinas


“No meio do caminho havia uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.”


Tempos bons, caro poeta Drummond, hoje, pelos mesmos caminhos, as pedras são muitas, são várias, são tantas.


Empreender é correr risco. Empreender sem risco é extorsão, esse fraseado foi recentemente repetido pelo presidente Biden, mas, sua construção, numa elaboração jurídica mais complexa, é do professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (que recentemente nos deixou) Oliveira Ascensão.


O tema, aqui ligeiramente abordado, é o das pedras que os fazeres empresariais encontram pelo caminho e que são tantas, diferentemente de todas as demais atividades e fazeres profissionais.


A reflexão deve iniciar-se pela compreensão do que seja lucro e do que seja prejuízo que, antagônicos entre si, na verdade são faces distintas de uma mesma moeda.

O empresário tem vocação para o lucro, como destino e como fim de sua atividade, mas sendo tantas as pedras encontradas pelo caminho, o indesejado prejuízo aparece e, para não sucumbir, é preciso vencer, tanto mais rápido e mais eficientemente possível, essa situação.


A caminhada de todo empresário é longa e é solitária. Começa cedo. Sua oração há de ser um “credo” e deve começar por acreditar nele próprio, nas suas ideias, intuições, propósitos.


Para além do capital de giro (variado) que cada atividade exige, o empresário deve ancorar suas ideias em valores nos quais acredita e pelos quais esteja disposto a lutar (trata-se de leque variado: valores éticos, históricos, culturais, morais, políticos).


O empresário, em sua lida e sua faina, aprende todos os dias com a vida, com os outros e consigo próprio (com seus erros).


É preciso valorizar o ensino e a educação como um todo.


Como se vê, o fardo e o cantil do empresário, para sua caminhada, estarão sempre cheios.


Todo o caminhar implicará no cumprimento de regras. Será no cumprimento delas que estará a alavanca para legitimar o empresário na propositura de mudanças, visando o aperfeiçoamento das instituições.


Ele deve crer e participar de missões e campanhas coletivas no sentido de aprimorar regulações de atividades, melhorias de sistemas e de ambientes de negócios.


Nesse ponto, a indispensabilidade de se integrar às instituições condutoras de seus legítimos interesses.


  1. Recomenda-se evitar atalhos que possam conduzir a ciladas, becos sem saída.


2. Não se deve ter pressa, mas com disciplina e atenção, não se deve perder o ritmo.


3. Evite, todavia, você próprio, colocar pedras em seu caminho que ali não estavam.


4. A concorrência, legítima e saudável, deve ser vista como estímulo.


5. Aprenda com seu concorrente. A competência, enquanto valor, será sempre maior do que a exclusividade.


6. Tempos difíceis são também tempos estimulantes. Em terreno limpo, plano, onde não há desafios, não se empreende.


7. Da pregação teórica para a realidade, e caminhando para o fim, é preciso viver e discutir a realidade que nos envolve. Tempos difíceis estes que se vive.


8. Numa discussão surrada e desinteressante, será irrelevante que seus colegas de caminhada escolham caminhos diferentes pela esquerda ou pela direita.


9. É preciso admitir que existe inteligência além da nossa. Se imbuídos estiverem todos os caminheiros dos mesmos propósitos, a direita e à esquerda podem (e devem levar) ao mesmo lugar: na busca da felicidade realizadora de todos. É preciso respeitar a natureza (o ser humano faz parte dela).


11. O Brasil não é um país pronto e, portanto, é seguro que, colocando-se o trem nos trilhos, o futuro que os aguarda é auspicioso, a despeito de tantas mazelas, a despeito de tantos desencontros, tantas pedras...


11. Se por acaso, o cansaço abater sobre o empresário-caminhante, suba na pedra mais alta e anteveja o futuro que lhe aguarda. E prossiga, vencidas as tertúlias, removidas todas as pedras é compensador “assaltar o cume” (expressão adotada pelos alpinistas para identificar a conquista final do ponto almejado) do objetivo perseguido.


12. E aí, sendo empresário de verdade, o que se recomenda é começar de novo, buscando novos horizontes, a despeito, outra vez, de tantas pedras pelo caminho.

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