
Bem-vindo o ano de 2023. Há muito o que fazer.
*José Anchieta da Silva
Presidente Associação Comercial e Empresarial de Minas - ACMinas
Despedindo-nos do ano de 2022, marcado pelo abrandamento da pandemia (e seu esperado desaparecimento);
pela retomada das atividades econômicas e sociais a razoáveis níveis de normalidade;
pela ativa participação da sociedade e seus moderníssimos meios de comunicação nas mais disputadas eleições que a história do Brasil já realizou, na escolha de deputados, senadores, governadores e de presidente da república;
Nesse quadro, é preciso abraçar com necessário otimismo o ano de 2023, que já entra portas a dentro de nossas vidas.
Da pandemia ficaram lições extraordinárias.
A ciência demonstrou, de modo efetivo e salvador, sua capacidade de, na medida do possível, mitigar o mal.
A sociedade, de um modo geral, se viu obrigada a mudança de hábitos, num rearranjo do modo de fazer as coisas, de transitar e de responder às suas responsabilidades pessoais.
Precipitou-se algo que os pensadores pregaram, inaugurando-se, nesse tempo novo, a prestação dos serviços pelo sistema de home office.
As reuniões, agora por sistemas virtuais, manifestaram seu charme, sua oportunidade e uma reconhecível mudança de custos em sua realização, sem perda de eficiência, em termos gerais.
Ficou mais valorizado, quando dos encontros pessoais, o sorriso, o abraço e a celebração da saudade até daqueles que são vizinhos. Esse ponto merece, celebrativamente, um viva a vida!
A retomada das atividades econômicas impôs a todos os setores um oportuno (re)aprendizado, valorizando o e-commerce, os métodos delivery, a redistribuição de tarefas, dentre outras modificações pontuais, de acordo com cada atividade.
Do processo eleitoral se recolhe lições mais fecundas em relação à democracia que necessita ser protegida e, na medida própria, reaprendida por parte dos cidadãos e das hostes políticas, em todas as instâncias de poder.
A obediência ao sistema jurídico (rectius: obediência às leis) é algo que não se exige apenas do cidadão comum, mas, e principalmente, de cada uma das autoridades.
Os defeitos e as vicissitudes do sistema, merecendo correção de rumos, necessitam ser corrigidas, mas, a maneira de corrigir as leis e de redisciplinar as instituições (as públicas e as privadas) começa pela necessária obediência à ordem instalada (não nos esqueçamos da melhor definição de Direito como uma “ordem da sociedade”, acrescentando-se a esta que o Direito é composto de partículas da realidade).
O respeito às autoridades é um imperativo da vida, forma única de se evitar a anarquia.
Manifesto dos Mineiros:
O Brasil tem se revelado um país doente. Carece, urgentemente, de modificações estruturais, dentro daquilo que pregado através do “Segundo Manifesto dos Mineiros”, nascido no âmbito da ACMinas e que aponta para a necessidade de uma reforma do Estado (uma reforma continente) abrigando, dentro dela:
▪︎ a reforma política,
▪︎ a reforma financeira e orçamental,
▪︎ a reforma tributária,
▪︎ a reforma da educação (só a educação transforma as pessoas),
▪︎ a reforma do sistema de segurança, o enfrentamento, de verdade, da realização de obras de infraestrutura indispensáveis ao verdadeiro crescimento (são reformas de conteúdo).
No plano interno da nossa instituição, a ACMinas, que estará a celebrar 122 anos de ininterrupta atividade, muito se realizou através do empenho de todo o seu grupo de dirigentes e colaboradores, dos dezoito Conselhos Empresariais e dos quatorze grupos de trabalho.
Sobressaíram, dentre as realizações,
1. os eventos em parceria com o SEBRAE-MG,
2. a orientação aos associados com relação às novas obrigações derivadas da Lei de Proteção de Dados.
3. a mudança de sua sede, após 100 anos de morada na Avenida Afonso Pena.
Para 2023:
Para o ano porvir, já estão em andamento mais de uma dezena de projetos, com destaque para o trabalho em elaboração em relação à uma nova visão da cidade-metrópole (trabalhando com a cidade de Belo Horizonte como modelo e como paciente); convênios vários com outras instituições;
• a criação do curso superior para os agentes do comércio; a retomada dos Cafés Parlamentares que a pandemia interrompeu.
• No plano institucional, para além das fronteiras internas, a ACMinas quer contribuir no encaminhamento da solução relacionada à dívida do Estado de Minas Gerais, naquilo que se refere ao projeto de “Recuperação Fiscal do Estado” e no plano federal, estaremos presentes no debate da ansiada “Reforma Tributária”.
Ir além das montanhas:
A voz das instituições privadas (não governamentais) precisa ser ouvida, principalmente em Brasília.
É com este espírito, de ânimo renovado, de contribuição e de não-ausência que a ACMinas enfrentará o ano de 2023, sem receio de suas curvas e de suas encruzilhadas. Aos empresários não cabe temer, pois esse verbete não é boa companhia para o empreender.
Todos, mãos à obra. Amanhã será melhor. Tenhamos certeza.
Assinado:
*José Anchieta da Silva.