Fisioterapeuta do Praia, Marcela Gomide reúne técnicas e carinho
POR CLARISSA LAURENCE
29/03/2022
Marcela Gomide é a fisioterapeuta do time feminino de vôlei do Dentil/Praia Clube.
Mas, no dia a dia, ela é mais do que isso. Marcela é amiga de todos, é atenciosa com os que estão a sua volta, dona de uma voz calma, um jeitinho manso e tudo isso é um plus para a qualidade do seu trabalho e sua competência.
A responsabilidade de cuidar de estrelas da modalidade como Walewska, Claudinha, Carol, Suelen, entre tantas outras, é enorme e Marcela sabe disso.
A fisioterapeuta buscou técnicas onde reúne um mix de yoga, fascial fitness e de respiração para trabalhar com o grupo comandado pelo técnico Paulo Coco.
Aliás, o treinador é um dos que acompanha os exercícios realizados com as atletas antes de alguns treinos da semana.
Hoje, depois de quase nove anos atuando diariamente com o vôlei, a mineira de Belo Horizonte se declara uma apaixonada pela modalidade.
Do início, no futebol feminino, até hoje, no time líder da Superliga, foram muitas experiências acumuladas e Marcela conta um pouco aqui Na Nossa Rede.
Como começou a sua história no vôlei? Eu comecei no esporte em 2005 com a seleção brasileira feminina de futebol de base. Na sequência fui para o profissional e tive oportunidade de participar de grandes eventos como a Copa do Mundo e o Pan-Americano.
Assim, iniciei a minha jornada no esporte. Posteriormente, fui para o Minas Tênis Clube, e pela minha história no futebol feminino, fui a primeira mulher a trabalhar no futsal masculino tanto no clube, quanto na Liga Nacional.
Depois de alguns anos, recebi o convite para assumir o time feminino de vôlei do Minas, e desde então esse esporte faz parte da minha vida. É um privilégio trabalhar ao lado de grandes atletas e profissionais do esporte.
– Hoje você faz um trabalho diferenciado na modalidade, com um alongamento bem especial, com movimentos de yoga e há uma atenção grande para o desenvolvimento desse trabalho na equipe. Como começou o seu interesse por essas técnicas?
Eu vejo o atleta como um indivíduo integral e não apenas como uma articulação. O nosso corpo é único e precisamos ter uma abordagem global de todos os sistemas e da mente, pois estão interconectados. Sou fisioterapeuta, profissional do movimento, esta é a nossa essência.
– Também em cima disso, quais são os maiores benefícios que esse trabalho traz para uma atleta de vôlei?
Eu realizo um mix de técnicas como yoga, fascial fitness e respiração, com o objetivo de ativação e aquecimento global.
O sistema fascial é uma rede que conecta todos os músculos, tendões e órgãos, fornecendo suporte, e permitindo o movimento.
Sem estímulos regulares, a fáscia pode ficar desidratada e desalinhada, reduzindo a performance do movimento. Uma fáscia saudável é fundamental para prevenir dores e lesões, melhorando a absorção e transmissão de forças na cadeia cinética do movimento.
Outro objetivo é dar repertório motor trabalhando em diferentes planos de movimento, principalmente em rotações e espirais.
E a respiração consciente te faz mover livremente, proporcionando o equilíbrio da mente e do corpo. Normalmente é feito 2 a 3 vezes por semana, de 20 a 30 minutos.
Resultado, melhora da performance, menos lesão e maior disponibilidade das atletas para a prática esportiva.
Marcela Gomide é super campeã no voleibol (Foto: arquivo pessoal)
– E como foi inserir esse trabalho no dia a dia do vôlei? Como foi a aceitação do Paulo Coco?
Sempre incluí essas atividades nas atividades da fisioterapia, seja na prevenção, seja na reabilitação. É uma tendência mundial. Em relação ao Paulo Coco, para você ter uma ideia, e você já presenciou esta cena, ele faz o trabalho junto com as meninas. Então, não preciso dizer mais nada (risos).
– Você teve que mudar de cidade quando veio o convite para ir do Minas pro Praia Clube. Isso é tranquilo pra você?
Eu fui super bem recebida pela diretoria, comissão técnica, atletas e profissionais do clube, o que facilitou muito a minha adaptação aqui.
O fato de ter trabalhado com o Paulinho antes de vir para o Praia, facilitou muito a gestão dos processos. Eu trouxe a minha experiência e alinhamos a filosofia de trabalho.
Assim, juntos, aprimoramos os processos de prevenção de lesão, controle da carga de treinamento e otimização da reabilitação e retorno ao esporte.
– Como é a sua relação com a fisioterapia no dia a dia?
Fisioterapia é parte importante e essencial em um time, pois é o link entre a saúde e a performance. É imprescindível estabelecer um elo de confiança tanto com as atletas quanto com a comissão técnica para resultados de excelência.
Vale ressaltar que o trabalho é interdisciplinar sempre, contribuindo na prevenção de lesões, que é o nosso maior foco, além do atendimento emergencial, reabilitação funcional, recuperação e retorno ao esporte.
Na minha rotina diária como fisioterapeuta esportiva não pode faltar gestão dos processos de prevenção e reabilitação, empatia, educação, movimento e tomada de decisão compartilhada.
Assim, reduzimos o número de lesões, o tempo de afastamento das atletas nos treinos e competições, e consequentemente, diminuição o impacto financeiro das lesões para o clube.
– Da pra unir trabalho e amizade?
Sou muito profissional e tento criar um ambiente de trabalho saudável. Claro que pela confiança e convivência, a nossa relação se aproxima, isso é natural. Tenho grandes amigos que conheci através do esporte. Mas, no momento do trabalho, vale aquela máxima: “amigos, amigos, negócios à parte."
Fonte:
nossarede.com.br
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